Perestroika: reestruturação
profunda do funcionamento do modelo soviético empreendida por M. Gorbatchev, a
partir de 1985. Tendo um carácter marcadamente económico, a perestroika assumiu
também uma vertente política (a glasnost) que procurou reconciliar o socialismo
e a democracia. Embora não pretendesse pôr em causa o regime, o fracasso
económico da perestroika e a torrente de contestação interna que a acompanhou
acabaram por conduzir ao colapso do bloco soviético e da própria URSS, no
início dos anos 90.
Cidadania europeia: criada pelo
Tratado da União Europeia, a cidadania da União é cumulativa com a cidadania
nacional e exprime-se pelo direito de voto nas eleições europeias e autárquicas
na zona de residência do cidadão, independentemente desta se situar no seu país
de origem. Estabelece ainda o direito de apresentar propostas (coletivas) à
Comissão Europeia, endereçar petições ao Parlamento Europeu, apresentar queixas
e beneficiar de proteção diplomática, nos países terceiros, por parte das
embaixadas ou consulados de qualquer dos estados-membros, caso não existam
delegações do país de origem.
Tribalismo: apego forte a um grupo
(étnico, cultural, familiar,...) que leva à rejeição dos outros grupos
considerados estrangeiros e, muitas vezes, inimigos. O sentimento de pertença a
um grupo particular e o acatamento das ordens dadas pelos seus líderes impede a
formação da identidade nacional quando, num Estado, coexistem várias
"tribos".
Fundamentalismo islâmico: o
fundamentalismo representa um reação extremista à ocidentalização sofrida pelas
sociedades muçulmanas durante o domínio estrangeiro. Os fundamentalistas
consideram-se os únicos depositários da verdadeira fé, que pretendem preservar,
na íntegra, de acordo com os ditames do Corão, por cujas regras se orienta o
poder civil e religioso, fundidos num só. A vaga de fundamentalismo que assola
o mundo árabe teve o seu epicentro no Irão, onde os fundamentalistas tomaram o
poder, em 1979. Na década seguinte alimentou-se da questão palestiniana e da
luta afegã contra o invasor soviético. A partir dos 90, tem-se manifestado pela
multiplicação de organizações de cariz terrorista, empenhadas na Jihad (Guerra
Santa) contra o Ocidente ou contra dirigentes muçulmanos considerados
traidores.
Sionismo: movimento de cariz
político-religioso fundado, no fim do século XIX, por Theodor Herzl com o
objetivo de criar um Estado hebraico na Palestina (identificada pelo vocábulo
"Sião"). O sionismo advoga o regresso dos judeus espalhados pelo
Mundo à sua pátria original. Em função deste ideal, o Estado hebraico
promulgou, em 1950, a "lei do regresso", que confere a nacionalidade
israelita a qualquer parte do mundo, que pretenda habitar no território.
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